“Treinem as pessoas para se reunirem continuamente em oração. Acorde-os com súplicas incessantes. Há uma arte santa nisso.” (C. H. Spurgeon)

domingo, 18 de março de 2007

Vocação de Discípulos – Parte II



“ Nisto conhecerão TODOS que sois meus discípulos: quando tiverdes amor uns com os outros. “ Jo 13:35

Foi com base no ensino de Jesus sobre o amor a seus discípulos que me despertou a atenção do que era ser um verdadeiro discípulo, e vi que de fato não há sentido de viver se não for por dois princípios de Cristo: amar a Deus de todo meu coração e toda a minha alma; e amar o próximo como a mim mesmo.

Amar o próximo como Cristo o amou é a marca do verdadeiro discípulo! Fui confrontada pelo Senhor ao entender que se realmente desejo ser sua discípula precisarei amar. O Senhor promete que quando agirmos assim não existirá a possibilidade de alguém negar o que é evidente: a nossa imagem e semelhança de Cristo.

Aquele que busca ser discípulo de Cristo deve pagar o preço para ser igual a Ele. Deverá imitá-Lo, segui-Lo, agir como Ele. Para que isto aconteça é necessário fazer morrer a natureza terrena, carnal e pecadora (Gl 5:22), e cultivar o Fruto do Espírito. Ora, Jesus fora bem claro quando revelou a condição para alguém se tornar e ser conhecido como um discípulo: amar! Não um amor de meras palavras e emoção – “ filhinhos não amemos de palavras, mas de fato e de verdade(1 Jo 3.18). Um compromisso constante com as vidas.

Lembro que por diversas vezes pedia ao Senhor o dom do amor porque sabia que este é o maior de todos, e, portanto, o melhor dom para querer. Imaginava então que dentro de mim deveria surgir um sentimento grande pelas vidas para que eu pudesse demonstrar amor e falar de Jesus. Mas fui frustrada. Fiquei triste. E não entendia porque dentro de mim este sentimento não surgia. Questionava ao Senhor a despeito deste tipo de amor que exigia de nós alegando ser impossível. Mas como o Senhor nos ensina a todas as coisas, começou a me mostrar que o amor que eu precisava manifestar era uma questão de ação; é simplesmente um ato de vontade voluntário! É fazer sem pensar na emoção, no que eu estaria sentindo.

Analisando as nove características que compõem o Fruto do Espírito, observamos que o Amor é o primeiro da lista de Paulo. Portanto, somos literalmente confrontados pela verdade do Senhor para deixar de lado nosso eu e dar lugar ao auto-sacrifício. Amar é ter trabalho.

Veja, como eu posso amar alguém que não conheço? Como posso ajudar alguém que me quer mal? Como eu posso perdoar alguém que me magoou? Como posso amar quando, na verdade, necessito de amor? Como posso amar alguém desagradável, irritante, inoportuno, e ingrato?

Sim, é possível amá-las! E somente através do Senhor.

Assim como todo fruto do Espírito exige decisões nossa, o mesmo ocorre com o amor. Uma decisão deliberada que exige um esforço consciente e inconsciente. Precisamos decidir amar em meio a tempos difíceis. Ofertar este amor quando desejamos retê-lo; ser útil aos outros quando estamos cansadas e queremos um pouco de sossego; servir quando queremos ser servidos; ajudar quando estamos sofrendo; abraçar quando queremos ser abraçados e ....

Este tipo de amor somente vem de Deus e por isso devemos recorrer à sua infinita Graça para ofertá-lo a outras pessoas! É olhar firmemente para Cristo. Para a sua cruz. Você está disposto a isso a fim de ser visto como verdadeiro discípulo do Senhor? Sim buscar este amor que se entrega e morre para si? Sacrificial?

“ andai em amor em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.” Ef 5:2

“ Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” 1Jo 3:16

Amados, às vezes penso: será que vou conseguir viver isto, Senhor? Quando vem os desafios para eu amar sem querer, tomar atitudes sem querer, me humilhar diante de situações, digo ao Senhor: preciso de Graça sobre Graça, a fim de suportar tudo isto e me tornar a discípula que tu desejas.

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