Santidade equivocada

(Continuando....) Eu além de gostar do assunto oração, sempre me dediquei ao estudo bíblico. Era disciplinada. Portanto, ajudaram-me no exercício do meu chamado. Em 2001, foi um ano muito especial em minha vida. Tive grandes experiências com Deus. Mas também exagerei na minha busca de santidade.

Pois bem, fiz parte de um ministério interdenominacional chamado RAC ( Resgatando Almas para Cristo). Cresci bastante na fé. Íamos para alguns lugares aos finais de semana para evangelizar. E por isso, buscávamos muito a Deus, pois queríamos avivar por onde passássemos. Na verdade, queríamos ser os Bennys , Billys e outros evangelistas daquela época.

Nessa busca implicava abdicar de algumas coisas. Ia ao monte para orar em todos os feriados e jejuávamos todos os dias. Cheguei a ficar praticamente um ano sei saber o que era tomar café! rs.

Achava que a renúncia estava na aparência também. Daí pensei no que poderia abrir mão e comecei com alguns caprichos de menina (rs) para me separar mais para Deus. Sempre gostei de usar maquiagem e bijuterias. A primeira coisa que fiz foi abrir mão dessas coisas. O máximo que usava era um brinco discreto; e um colar discreto quando tinha festa. Depois, passei a usar com mais freqüência saias e elas tinham que ser no mínimo no joelho. Lembro que participei de um retiro de minha igreja e usava saia o tempo todo! Aboli as calças jeans e só usava as sociais. As cores de minhas roupas eram em tons marrons, preto e pastéis. Andava horrível! (kkk)

Quanto ao comportamento social, não ia mais a cinemas. Para mim cinema e vida santidade não podiam se conciliar, entende?

E na minha linguagem fazia questão de mostrar o “pentecolismo”! Comecei a dar uns “glórias” em casa e nos cultos da juventude, pois achava que os jovens eram frios. Até nos cultos da congregação, onde as pessoas glorificavam esporadicamente, eu passei a dar uns “glórias” com mais freqüência.

Eu era esquisita! Esta era a verdade! Era inflexível e intolerante com muitas coisas, principalmente com minha mãe porque não andava mais na presença de Deus. Havia presunção. Só andava com pessoas que tinham “poder”. E olhava com indiferença e crítica às pessoas que não estavam buscando com a mesma intensidade que nós. Acho que era algo meio soberbo....

Ao mesmo tempo que ministrava a vidas nos lares, eu era desse jeito. E achava que fazia e acontecia porque estava me “santificando” mais do que os outros. Isto é, estava me separando mais para Deus do que os outros.

Eu sempre quis Deus. Era sincera. Buscava sim mais Dele. Ser cheia de seu Poder para fazer a sua obra. Mas, como estava equivocada sem perceber! Deus foi zeloso e misericordioso para comigo! Começou a me remoldar! Através das dores o Senhor tirou esta falsa busca por santidade e ignorância espiritual.

Com o tempo, me tornei em uma nova criatura. Comecei a perceber que era possível ser uma mulher de Deus sem precisar fazer o que eu fiz - desde que não envergonhe a Cristo. Voltei aos poucos a valorizar minha beleza, tornar-me mais social com as pessoas e a moderar minhas atitudes. (ah, e ir a cinemas tb! rs)

( ainda tem mais no próximo post...)