“Treinem as pessoas para se reunirem continuamente em oração. Acorde-os com súplicas incessantes. Há uma arte santa nisso.” (C. H. Spurgeon)

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Intimidade nas mãos do oleiro


“ dispõe-te e vai à casa do oleiro e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro e eis que ele estava entregue à sua obra sobre rodas. “ Jr 18.2

Deus me deu esta palavra no ano passado. E pela primeira vez observei um ponto diferente do qual estamos acostumados ouvir. Sempre visualizamos este episódio como o vaso sendo tratado por Deus; sendo moldado ou mesmo se submetendo àquilo que o oleiro quer.

Pois bem... desta vez observei algo diferente. Intimidade. Vi um oleiro completamente entregue à sua obra. Lembro neste momento do filme Ghost. Aquela artista alisava aquele barro, fazendo movimentos circulares e ovais. Estava intensamente concentrada naquela peça, naquela obra. Dedicava-se a ela. Dispensava tempo com aquele barro sem forma. Mas, o mais interessante é que aquele barro tinha o privilégio que monumentos de escultura de ferro não têm, que é o contato com seu oleiro. Assim como o oleiro sente o barro com todas as suas impurezas, o barro tem a oportunidade de se descobrir nas mãos deste artista. Há um toque ou contato de ambos. As mãos cuidadosas do oleiro sobre o barro e o barro nas mãos do oleiro. Isso reflete intimidade! Um momento em que ambos estão descobrindo tantas coisas. O oleiro percebe exatamente como aquele barro é; e o barro como são as mãos e os sentimentos daquele oleiro. As intenções daquele artifíce por ele.

Intimidade! Por exemplo, um casamento só se consome mesmo, conforme as leis, quando há a concepção física do casal. Foi o que vi! Deus entregue a mim e eu entregue a Deus. Não podendo escapar de seus movimentos, de seus toques de amor ardente de me ver um vaso útil. Um tempo gasto juntos. O tempo do começo. Quando nada tinha forma. Quando não tínhamos intimidade.

Que privilégio ter um oleiro entregue a mim; ter intimidade nas mãos do oleiro.

Um comentário:

Diego disse...

impressionante! vc tava mto inspirada mesmo quando escreveu esse texto. Ficou maravilhoso, nunca vi essa metafora dessa forma.

bjs