Será que eu faria isto?

A seguir o relato de algo que aconteceu na sexta, 12, madrugada, com um casal de amigos missionários aqui no RJ/ Maricá.

Priscila e Wesley, são casados há 4 anos . Tem duas filhas e uma bebê que irá nascer. São missionários há seis anos. Seu ministério atual é com depedentes químicos.
"Nesta madrugada (quinta para sexta), por volta das 4 da manhã, fomos acordados com barulho de tiros que pareciam ser bem perto do conjunto de casas onde moramos. Ao todo, foram 5 disparos, Wesley escutou um homem gritando, pedindo socorro e depois um grande silêncio que foi interrompido com o barulho de alguém correndo até parar em nossa casa (que é a ultima). Wesley percebeu tudo mas ficou quieto para não me assustar.

Temos uma vizinha de 81 anos que começou a gritar no nosso portão, Wesley olhou pela janela ainda desconfiado e a senhora gritava e chorava pedindo ajuda, quando desceu e abriu a porta deu de cara com um rapaz coberto de sangue em nossa varanda, desesperado.


Desci as escadas (quase correndo, impedida pelo barrigão) e me deparei com a cena, o rapaz estendido na garagem mostrando para mim o ferimento no abdômen, Wesley ligou para a policia, eles disseram que era com os bombeiros, os bombeiros disseram que era com a SAMU e em meio a telefonemas o rapaz pedia ajuda, e dava números de telefone para ligarmos para parentes, dizia que foi tentativa de assalto.

O sangue não parava de minar pelo corpo e não era do abdômen era de outro lugar que não conseguimos identificar, ele foi ficando pálido e reclamava de dormência pelo corpo, então, decidimos (diante da demora das autoridades) colocar o sujeito na viatura missionária (o fusca) e levá-lo para o hospital por conta própria. Wesley forrou o banco do carro e saiu em disparada, até porque não sabíamos quem era o rapaz e o que tinha acontecido realmente.

Liguei para a família, me identifiquei como missionária, expliquei o ocorrido e falei de Jesus, falei que ele não tinha vindo parar no nosso quintal pelo acaso. No hospital Wesley colocou o rapaz numa maca e levou para emergência, quando foi atendido, os médicos tiraram toda roupa do Roberto (esse era o nome dele) e verificaram 3 perfurações, uma no abdômen, e uma em cada mão, que provavelmente ele pôs na frente para se proteger dos tiros. O médico falou que Roberto teve sorte da bala ter saído sem ter, aparentemente, feito nenhum estrago, Wesley respondeu: “não foi sorte, foi livramento de Deus”.

Fomos dormir mais de 6 da manhã, impressionados, agitados e pensando como a violência literalmente tem invadido nossas casas.

Hoje durante dia descobrimos os detalhes, Roberto foi vitima de uma tentativa de execução, recebeu os tiros e pulou o muro da primeira casa, a vizinha viu tudo pela janela, mas com medo não fez nada, depois ele pulou o muro da segunda casa (de um pastor) que também viu, mas se omitiu pelo medo, invadiu o quintal da velhinha de 81 anos que estava na cozinha e ela não só abriu a porta como mandou que ele corresse até a última casa (a nossa) que certamente seria socorrido, ele passou por seis casas até chegar aqui. Nossa sensação é que Deus tinha levado Roberto até nós.

Pela manhã limpamos o sangue do quintal, guardamos o boné ensangüentado (foto anexa) e descobrimos que Roberto não era boa gente, inclusive alguns policiais comentaram que ele deveria ser deixado para morrer, aí entendemos porque Deus o trouxe para nossa casa, é o Senhor quem decide quem morre ou não, não são os homens.

Pedimos sua oração:

· Pela Judhi que apesar de nosso cuidado em casa, acabou escutando a historia pela vizinha e ficou impressionada, principalmente com o sangue na garagem.

· Pelo Roberto que pretendemos procurar para evangelizar e hoje está em um hospital em Niterói.

Em Cristo,

Wesley e Priscila. "

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